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Confusão e Gritaria: O que fazer quando está tudo em pé de guerra?

02 de maio de 2024

Confusão e Gritaria: O que fazer quando está tudo em pé de guerra?

Olha, não sei bem como é na casa de vocês (acho que é igual aqui) mas tem dias que minha casa vira uma zona de conflito armado (as vezes armado mesmo, porque eventualmente meu filho joga uns brinquedos na minha direção, perigando deixar alguma lembrança marcada no meu rosto). Isso tudo ocorre por razões diversas, mas diante de um conflito com os filhos em que os ânimos estão mais exaltados geralmente os pais adotam essas duas atitudes: 

1- Geralmente apelam para força e autoridade na tentativa de calar o filho 

2- Tentam explicar tudo racionalmente 


A maneira autoritária não ensina um comportamento adequado e pode gerar efeitos colaterais emocionais complicados quando aplicada exagerada e sistematicamente. Tem um ou dois textos onde eu já comentei sobre isso e acredito que seja interessante dar uma olhadinha. 

Explicar as coisas é melhor que o autoritarismo, porém tem algo que vem antes disso e é aí que está o segredo pra resolver os conflitos. Vamos elaborar isso agora. A primeira coisa a se fazer em conflitos muito acalorados, com gritos ou choros, é a estabilização emocional de todos os envolvidos, inclusive e principalmente o seu, adulto. 

Qualquer conflito pode trazer a tona emoções difíceis como raiva, rancor, tristeza e quando estamos emocionalmente abalados não conseguimos pensar e agir corretamente, por isso gritamos, corremos, batemos e etc. Se isso acontece com a gente que supostamente é a parte madura da relação imagina com as crianças. Tudo é mais intenso pra elas e gente sempre precisa ter isso em mente. 

Bom, precisamos entender também uma outra coisa: nós aprendemos quando nos sentimos bem, não quando estamos em um estado abalado.  Ou seja, em estados de desequilíbrio emocional, nada, absolutamente nada, funciona da forma que deveria. Portanto pra resolver qualquer conflito é primeiro necessário que todos se acalmem e que o equilíbrio emocional se restabeleça. E (adivinha) só se faz isso com respeito, amor e acolhimento. 

Pode ser que a criança precise de palavras calmas e abraço, pode ser que o adolescente precise se acalmar sozinho no quarto e pode ser que você precise se trancar no banheiro por um tempo. Isso não é ser fraco, perder autoridade ou deixar de resolver o problema. Isso é usar a ciência pra resolver situações difíceis e parar de viver baseado no senso comum ineficiente. 

Sabe aquela voz que fica na nossa cabeça aporrinhando a gente, dizendo que precisamos ser autoritários, fortes, que a hierarquia deve prevalecer através da violência? Ela não ajuda muito. Não é que nós não precisamos manter nosso lugar de pai e mãe. A questão é que já foi provado, comprovado e está mais que bem estabelecido no mundo científico que algumas práticas não tem o valor positivo que muitos insistem em atribuir a elas. Reagir gritando e batendo, por exemplo, não vai ajudar seu filho a se regular, te ouvir, aprender uma coisa nova. 

Gente, primeiro a gente acalma a situação e quando tudo estiver mais equilibrado, aí você resolve. 

Certo, então a opção de explicar é melhor que sair entrando em lutas sem fim, certo? Certo. Mas, até pra isso tem um jeitinho um pouco mais interessante de se fazer. Claro, se você conseguir manter a cabeça no lugar, acolher a demanda e as capacidades do seu filho a coisa vai fluir. Só que e se eu te dissesse que tem uma formulazinha que pode te ajudar nesse processo de comunicação? Ajudaria um pouco mais né? 

Bom, não vou conseguir trazer esse assunto agora, vai ter de ficar para um próximo momento. Mas, garanto que será muito interessante pra vocês aí. Aqui ajuda muito.


Henrique Costa Barros
Psicanalista e Educador Parental
@paz_e_filhos